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Temperança
No grego, esta palavra, egkrateis, significa: "autocontrole", "domínio próprio", "ponto de equilíbrio entre um extremo e outro", "estado ou qualidade de ser controlado" ou "moderação habitual".
Define-se a "temperança" como a virtude que, tanto no agir como no julgar, evita extremos. Na vida espiritu¬al, por exemplo, ser extremamente metódico ou formal, não é bom; ser fanático, é perigoso; e estes extremos podem levar o cristão a considerar sua igreja ou sua religião apenas como um meio de refúgio.
O fanatismo pode levar as pessoas a cometer excessos ou loucuras, com prejuízo para elas próprias e a outrem. A sobriedade é muito importante, tanto na vida social quanto na espiritual.
O caminho da vida é realmente o que devemos trilhar, conforme Isaías 30.21: "Este é o caminho; andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquer¬da".
Pessoas há que crescem desordenamente na vida espiritual, tornando-se um problema para a igreja e para a família. Outras procuram ordenar seus passos de acordo com a orientação bíblica de crescer na graça e no conhecimento (2 Pe 3.18).
O sal em excesso pode matar.
A luz demasiado forte pode cegar.
O fogo fora de controle pode destruir.
A temperança aparece como uma das quatro virtudes cardeais da filosofia moral de Platão. As outras três são: sabedoria, coragem e justiça.
Quando o Espírito do Senhor implanta em nosso ser esta virtude espiritual, nossas ações e palavras passam a ser diretamente controladas por Ele. Existem várias recomendações bíblicas, para que "andemos no Espírito" (Gl 5.16) e "vivamos no Espírito" (Gl 5.25). Se permitirmos ao Espírito encher nossa vida, seremos também por Ele controlado.
A sobriedade é fundamental para o controle de nossas palavras e ações. O cristão deve ser dócil e amável; entretanto, deve saber dizer "não" quando for necessário (cf. Mt 5.37): "Domina-te a ti mesmo; enquanto não tiveres conseguido isso, serás apenas um escravo, porque será quase a mesma coisa que estar sujeito ao apetite alheio, ou às tuas próprias paixões".
O Novo Testamento recomenda que o cristão seja sóbrio:
"Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios..." (1 Ts 5.8);
"Mas tu sê sóbrio em tudo..." (2 Tm 4.5);
"Sede sóbrios..." (1 Pe 5.8).
O grande comentador Matthew Henry diz sobre a "temperança", ou o equilíbrio mental chamado "sobriedade": "Sede sóbrios, sede vigilantes contra todos os perigos e inimigos espirituais e sede equilibrados e modestos no comer, no beber, nas vestes, nas recreações, nos negócios e em toda a vossa conduta; sede dotados de mente sóbria até mesmo em vossas opiniões, e também humildes no julga¬mento sobre vós mesmos".
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